quarta-feira, 13 de julho de 2016

Meu filho é muito mimado e agora?

Para os pais o sentimento de débito com seus filhos é algo constante. O fato de trabalhar fora e ter toda as tarefas de casa para por em dia faz com que esses pais acreditem que precisam compensar seus filhos de alguma forma. Carinho, atenção e amor são básicos nesse processo e temos a sensação de que são pouco perante a situação. Então, EXAGERAMOS! Acabamos excedendo em tudo e não medimos esforços pra ver nosso bem mais precioso feliz! E nosso castelinho que era pra ser perfeito: DESMORONA! Nossos príncipes e princesas passam a tomar decisões de reis. Decidem nosso jantar, nosso lugar na mesa, o que vamos assistir, definem nosso horário de sono! Se tornam pequenos reizinhos autoritários e totalmente sem limites. Vamos ver alguns erros que cometemos na criação dos filhos que os tornam mimados:


7 passos para criar um filho mimado:
1. Em nosso castelo os reis somos nós pais! Permitir que a criança tome decisões é a primeira medida para termos filhos mimados e sem limites. Palavra dita deve ser palavra cumprida! Ceder diante das birras certamente vai permitir que se troquem os lugares dentro de casa. Lembre-se: se ele manda em casa, vai querer mandar em todos os lugares também: casa dos avós, tios, escola. É problema na certa!
                                        
2.  Como é gostoso proporcionar para os nossos filhos tudo o que nos pedem! Realmente tem mais alegria em dar do que receber porém, a criança precisa saber esperar. Crie situações para que ele vivencie essa espera. Dar tudo o que ele quer vai criar uma falsa ideia de que tudo é muito simples e fácil. Fazer combinados para que ele possivelmente ganhe o que está pedindo é uma excelente tática, mas determine o tempo. Precisamos lembrar que já foram criadas datas importantes para que possam estar recebendo belos presentes (natal, dia das crianças, aniversário). Você pode ficar tentado diante de um comportamento desesperado do pequeno para conseguir o que quer. Se jogar no chão, gritar e chorar são algumas formas de nos convencerem. Sejamos mais teimosos ainda. Uma boa conversa e paciência farão com que entendam.
                                                
3. Nossa infância foi marcada pelo respeito aos mais velhos e afirmo que não estou só falando de nós enquanto crianças. Falo de nossos pais também. Eles também respeitavam com mais facilidade o que os mais velhos e/ou ainda, experientes, falavam a nosso respeito. Questionar os acontecimentos com nossos filhos hoje em dia, é fundamental, mas ouvir o que a professora, os coleguinhas, os avós têm a falar sobre nossos pequenos também é. Se damos a razão para nossas crianças o tempo todo, além de mascarar uma perfeição que não existe, estamos dando a ideia de que ele é perfeito e que os pais sempre estarão do lado dele indiferente do que acontecer. A criança precisa saber que você não aceita tudo o que está fazendo e que, exatamente por amá-lo, o corrigirá. 
                                      
                                                            
4. É muito comum confundirmos timidez com egoísmo. Não dividir os brinquedos com os colegas ou ainda, preferir brincar sozinho, nem sempre é timidez. Incentivar a tomar atitudes como essa é mostrar para a criança que dividir o que temos é algo bacana e que é muito mais divertido quando estamos em grupo. Muitas vezes nos orgulhamos das prateleiras no quarto cheias de brinquedos intactos, em perfeito estado de conservação. Precisamos vigiar pra não incentivar o egoísmo, onde tudo é meu e só eu sei cuidar. 
                                         

                                      

5.  Proteger é diferente de Superproteger. A criança precisa ter autonomia para fazer suas escolhas. Crianças mimadas não conseguem fazer nada sem a opinião dos pais. Incentive-o a vestir-se, calçar-se, a comer sozinho. Essas atividades vão encorajando-os a serem determinados e corajosos. Esses adjetivos são muito diferentes de Mimados!
                                          
6. A birra após uma chamada de atenção é muito normal e é também um grande indício de criança mimada. nossos filhos devem ter consciência que devem obediência à nós, seus pais. eles precisam aprender a admitir e enxergar seus erros. e pedir desculpas é o melhor caminho quando os cometem. crianças mimadas não admitem seus erros, ou pior, sabem que erraram mas não se importam com isso. a pressão, a cobrança e afrontamentos acontecem durante toda a vida. precisamos preparar nossos filhos para esses momentos. queridos pais, não existe vida perfeita!
                                             
7. Como pode uma palavra tão pequenina assustar tanto? O NÃO é tão temido pelas crianças como também pelos pais que se culpam por utilizar essa palavra com seu filho querido. É muito comum ouvirmos frases do tipo "quero dar tudo que meu pai não me deu", "quero ser a melhor amiga do meu filho", frases como essas podem trazer sentimento de culpa quando é preciso dizer não. Não podemos agir como reis e rainhas dentro de nossos castelos familiares se o NÃO não existir. Dizer não também é prova de amor. Dizer não é impor limites e quer saber de uma coisa? CRIANÇA GOSTA DE LIMITES! Geralmente a professora que mais cobra limites é a preferida. Não se sintam culpados! Olhe pra você... o que você é hoje depende muito dos nãos que você recebeu!
                                                                             
Sheila Santos
Psicopedagoga Clínica
                                                   

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Ansiedade Infantil: Por que precisamos ensinar as crianças a esperar


Será que estamos criando pequenos cada vez mais impacientes? Entenda quais as consequências disso e o que você pode fazer para ajudá-los a serem menos ansiosos!












Sabe aquela clássica cena da família jantando no restaurante enquanto a única criança da mesa está completamente alheia à conversa, hipnotizada por algum desenho no celular? Ou então aquela de uma mãe morrendo de vergonha e colocando qualquer coisa no carrinho, só para o filho parar de espernear no meio do supermercado e ir logo para casa? Pois é, elas acontecem - e muito!
Fazer birra é um comportamento normal das crianças, afinal, faz parte da infância testar os limites. A questão é que, com a tecnologia cada vez mais ao alcance das (pequeninas) mãos, a paciência está virando artigo de luxo. "Vivemos num contexto em que tudo se resolve muito rapidamente com apenas um clique. Os avanços tecnológicos fazem com que as crianças cresçam num mundo em que as coisas acontecem na hora em que elas querem. Não precisam nem esperar o desenho preferido na TV, já que assistem quando têm vontade e na plataforma que preferem", explica Roberta Bento, especialista em aprendizagem baseada no funcionamento do cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University; e em aprendizagem cooperativa pelas Universidades de Minnesota e de San Diego.
Além da questão tecnológica, a formação das famílias atuais também influencia nessa pressa que os pequenos têm para serem atendidos. "Antigamente, tinha-se mais filhos e até nas refeições era preciso esperar a sua vez de ser servido. Hoje, é cada vez mais comum que os casais tenham só uma criança, que sempre tem tudo na hora que quer", lembra a especialista, que completa: "elas vivem num mundo que parece ser totalmente adaptado e pronto para os seus desejos".
Como ensinar os filhos a esperar
Não adianta, não tem cartilha ou fórmula mágica para criar filhos mais pacientes - esse é um exercício diário, que deve ser trabalhado naquelas pequenas situações do cotidiano. Por exemplo, ao invés de aproveitar enquanto as crianças estão na escola para ir ao supermercado, vá com elas fazer as compras e explique o que vocês estão fazendo. "Na sala de espera de um consultório médico, invente alguma brincadeira para passar o tempo, que não envolva um celular. Brinque de procurar letras, de encontrar objetos de determinada cor… Aproveite para conversar com seu filho", aconselha Roberta.
E não custa lembrar: o comportamento da criança na rua, na escola, nos restaurantes e em todos os outros ambientes que ela frequenta é apenas um reflexo de como ela vive em casa e, claro, de como os pais se comportam. Portanto, não adianta esperar que seu filho saiba esperar se, em casa, ele tem tudo quando deseja e se vê os adultos na maior correria a todo momento. Além disso, é preciso ter consciência de que a paciência precisa ser ensinada. "Essa não é mais uma competência que se desenvolve sozinha e não é interessante que os pais pensem que, dado o contexto atual, ela é desnecessária, já que tudo acontece muito rápido. É preciso que eles se empenhem dia a dia", ressalta a especialista.
Por que eles precisam ter paciência
Uma criança que é ensinada a esperar se torna uma pessoa mais educada, pois ao entender que o mundo não gira ao seu redor, ela cresce menos egocêntrica e vive melhor em sociedade. Ela aprende, por exemplo, que é preciso deixar as pessoas saírem do metrô antes de entrar e que as coisas passam por um processo antes de acontecer - a comida não fica pronta por mágica e não chegamos à praia de uma hora para outra. Tudo leva tempo e é preciso saber lidar com isso.
Criar filhos menos ansiosos também ajuda no aprendizado, já que eles conseguem parar para ouvir e, então, formular argumentos. "Os pequenos mais pacientes também conversam melhor, já que conseguem esperar o tempo de fala do outro para poder responder - e estabelecer essa linha de raciocínio demanda muita paciência. Além disso, a criança aprende a considerar o outro e, assim, a respeitar as diferenças", destaca Roberta.
A importância do tédio
Natação, inglês, judô, futebol, balé… A agenda dos pequenos parece estar cada vez mais cheia de atividades e o tempo livre - aquela famosa horinha de não fazer nada - está ficando raro. "Nós percebemos uma angústia dos pais em nunca deixar as crianças entediadas, mas a verdade é que elas precisam lidar com isso. Vivenciar o tédio é bom porque ele gera a necessidade da criatividade para fazer alguma coisa interessante, além de possibilitar um descanso ao cérebro", finaliza Roberta. Portanto, chegar a um equilíbrio é fundamental e trabalhar a ansiedade aos poucos dentro de casa é um caminho para criar filhos mais pacientes e preparados para viver bem em sociedade.

Fonte:http://educarparacrescer.abril.com.br/