OS
SÍMBOLOS LITÚRGICOS.
Há vários sentidos para os símbolos
e por isso podemos dizer que:
Ä Num primeiro sentido, muito amplo, diz Didier que o
símbolo é: “o conjunto dos significados que circulam numa cultura e através dos
quais a sociedade e os indivíduos encontram a sua identidade”.
Ä É tudo o que é capaz de expressar de alguma maneira
uma realidade que está presente, que a gente não pode expressar totalmente mas
que é muito mais do que aquilo que a gente pode exprimir por palavras.
Daí por que o símbolo é a linguagem do mistério. A
água é o símbolo da vida, a bandeira é o símbolo de uma nação, a mãos estendida
simbolizará sempre uma amizade douradora.
Mas falando de liturgia como podemos defini-los? Quando nos comunicamos usamos palavras, gestos e
símbolos. Sendo a liturgia um momento privilegiado do amor de Deus, nela são
usados gestos, palavras e símbolos. Quanto mais simbólicas forem as ações litúrgicas tanto mais assumirão a sua
dimensão celebrativa. Na liturgia, os símbolos, para quem tem fé, revelam o
mistério de Cristo. Eles nos colocam em contato com a realidade celebrativa. Há
alguns destes símbolos de identificação e comunhão com a Igreja que não podem
ser mudados. Ex.: o pão eucarístico. Trata-se de um sinal de identificação com
Cristo e que sempre de novo nos leva a uma identificação com Ele.
Os símbolos mais importantes da liturgia e seus
significados:
Ä Pão:
Destinado à Eucaristia, o pão significa: união, alimento e vida. Como o
alimento se torna “um” com o homem, Deus quer unir os homens em comunhão. Na
Páscoa era o ázimo, que para o povo judeu o pão sempre expressou a benção de
Deus. Comido sem fermento significa a pressa que o povo tinha para sair do
Egito.
O pão ázimo sendo o pão da Eucaristia guarda
característica de alimento: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste
pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do
mundo” (Jô 6,51).
Alimentar a vida, a comunhão – é este o conteúdo da
realidade simbólica do pão eucarístico.
Ä O vinho:
Lembra a generosidade de Deus. Servindo nas festas significa: alegria,
felicidade. Aproxima as pessoas – os amigos e familiares. Feito de muitas uvas
exprime união, fusão dos corações.
Na ceia de
Jesus ele se torna “ o sangue da nova aliança e eterna aliança” – cf Lc
22,20. a antiga aliança foi selada no
sangue das vitimas. “Eis, disse Moisés, o sangue da Aliança que o Senhor fez
conosco” (cf. Ex 24,8). Jesus é a vinha nova, cujo sangue sela a Aliança
definitiva, sinal de alegria para toda a humanidade redimida.
Ä Água:
Recordamos o dom precioso da vida. No batismo esta vida vem e deve ser
conservada como o dom. Mediante a fé é também comunhão com a vida trinitária e
com os irmãos. Pode ser também símbolo da morte: “Pelo batismo, fomos
sepultados com ele (Cristo) na morte para que, como Cristo foi ressuscitado
dentre os mortos para o glória do Pai, assim também vivamos a vida nova”. (Rm
6,4).
Ä Óleo:
Na história dos Israelitas ou, mais precisamente, no Antigo Testamento, eram
ungidos os sacerdotes, os reis e os profetas. Samuel unge a cabeça de Saul dizendo:
“O Senhor te ungiu príncipe sobre a tua herança” (1Sm 10,1). A unção com o óleo
significa consagração, benção e reconhecimento da parte de Deus e especial
distinção diante dos homens. O sacerdote Aarão foi ungido pelo Espírito. O óleo
torna-se símbolo do Espírito de Deus! Quando começa a missão messiânica o
evangelista coloca em sua boca as palavras do Profeta Isaias: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu” (cf Lc 4,18). O próprio Deus ungiu a
Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com sua força (cf At. 10,38). Cristo – o
ungido -, unge por sua vez os cristãos e os torna participantes de sua
santidade e de sua salvação.
Ä Imposição das mãos: É símbolo de bênção. (cf. Gn. 48,14); transmitir um
cargo ou missão (cf. Lv. 16,21). No Novo Testamento Jesus impõe as mãos as
crianças (Mc 10,16); curando doentes (Lc 13,13; Mc. 6,2). Em Samaria os
Apóstolos Pedro e João transmitem o dom do Espírito Santo pela imposição das
mãos (At 8,17).
O gesto da imposição
das mãos será vivamente, presente na liturgia dos sacramentos. No Batismo, na
Confirmação, na Reconciliação dos Penitentes (Confissão), na Eucaristia antes
da consagração, nas Ordenações (diaconal, presbiterial ou episcopal), na Unção
dos Enfermos e no Matrimônio.
Ä Incenso:
Os mais antigos usavam-no significando purificação e proteção.
Posteriormente tornou-se símbolo da oração
que se eleva a Deus. No Judaísmo simboliza adoração e sacrifício. O odor do
incenso devia servir para aplacar a ira de Javé. O sacrifício do incenso e
adoração em muito se identificam, sendo ambos um sacrifício a Deus. Nos dias
atuais, o incenso ainda tem o sentido de oração e sacrifício de presença de
Deus.
Ä Fogo:
Ele ilumina, purifica, consome, destrói. O fogo novo na Vigília Pascal
significa Cristo. Invocando o Espírito Santo rezamos: “Vinde Espírito Santo,
enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor”. Com
sacrifícios dos holocaustos, nossas vidas deverão ser consumidas, cada dia,
pelo fogo do Amor de Deus.
Ä A Cruz:
Para nós, é sinal de vitória. Por ela nos somos identificados. Somos marcados
pelo amor de Cristo por meio do sinal da cruz a partir do nosso Batismo.
OBJETOS UTLIZADOS NA LITURGIA.
Hóstia: É o pão de trigo puro. Há uma hóstia grande para o
Presidente da Celebração e as pequenas (também chamada de partículas) para o
povo. A do Padre é grande para ser vista de longe, na elevação, e ser repartida
entre alguns participantes da Celebração.
VINHO:
É vinho puro, de uva. Na
consagração, o pão e o vinho se mudam no Corpo e no Sangue de nosso Senhor
Jesus Cristo, vivo ressuscitado.
Obs: As hóstias ou partículas guardadas na âmbula,
podemos também chamá-las de Reserva eucarística.
A
âmbula (ou cibório) é semelhante ao cálice, mas tem uma tampa. Nela se colocam
as hóstias. Após a missa é guardada no sacrário (ou tabernáculo).
Galhetas: São como duas jarrinhas de vidro. Numa se coloca
água, na outra vinho. Elas são sempre juntas, num pratinho (bandeja) ao lado do
Altar.
Missal: é um livro grosso que tem o rito da Missa, menos as
leituras, que estão no livro chamado Lecionário. Diz-se “Missal Romano” porque
é aprovado pelo chefe da Igreja Católica, que tem sede em Roma.
Lecionário: livro que contém as leituras para a celebração
eucarística.
Crucifixo: Sobre o altar ou acima dele deve haver um
crucifixo, para lembrar que a Ceia do Senhor e inseparável do seu Sacrifício
Redentor. Na ceia, Jesus deu aos discípulos o “Sangue da Aliança, que ia ser
derramado por muitos para o perdão dos pecados.
Velas: Sobre o altar vão duas velas. A Chama da vela é o
símbolo da fé, que recebemos de Jesus, “Luz do mundo”, no Batismo e na Crisma.
É um sinal de que a Missa só tem sentido para quem vive a fé.
Flores:
Em dias festivos, podem-se colocar flores. O certo não é “sobre” o “altar”, mas
ao lado dele, pois o altar não é para pôr flores “coisas”.
Candelabro: Grande castiçal com ramificações, a cada uma delas
das quais corresponde um foco de luz.
Castiçal: Utensílio que serve de suporte para uma vela.
Círio
Pascal: Vela grande que é
benzida e solenemente introduzida na Igreja no início da vigília pascal; em
seguida é colocada ao lado da mesa da palavra ou ao lado do altar. O círio
permanece acesso durante as ações litúrgicas do tempo pascal (até a festa de
Pentecostes). Em muitos lugares costuma-se colocar o círio, fora do tempo
pascal, junto à fonte batismal, acendendo-o em cada celebração batismal. O
círio pascal aceso simboliza o Cristo ressuscitado.
Caldeirinha: Vasilha onde se coloca água benta para aspersão das
pessoas e de objetos.
Aspersório: instrumento com que se joga água benta sobre o povo
ou objetos.
Ostensório: objeto que serve para expor a hóstia consagrada à
adoração dos fiéis e para dar a benção eucarística.
Luneta: peça circular do ostensório onde se coloca a hóstia
consagrada para exposição do Santíssimo.
Turíbulo:
vaso utilizado para as incensações durante a celebração.
Incenso: reina aromática extraída de várias plantas, para se
colocar sobre brasas nas celebrações.
Teça: pequeno estojo, geralmente de metal, onde se leva a
eucaristia aos enfermos. É usada também na celebração eucarística para conter
as partículas.
ESPAÇO CELEBRATIVO.
Ambão
ou Mesa da Palavra: estante de onde
se proclama a palavra de Deus.
Sacrário
ou tabernáculo: espécie de
pequena urna onde se guarda o Santíssimo Sacramento.
Nave
da Igreja: espaço reservado aos
fiéis.
Presbitério: espaço ao redor do altar, geralmente um pouco
elevado, onde se realizaram os ritos sagrados.
Credencia: mesinha onde se colocam os objetos litúrgicos que
serão utilizados na celebração.
VESTES
LITURGICAS OU PARAMENTOS.
Amito:
É um pano branco que envolve o pescoço do celebrante. Veste-se antes da túnica
ou da alva.
2-
Túnica: Para lidar com as coisas Santas, o padre usa de sinais sagrados,
pondo vestes que o distinguem das outras pessoas. A túnica é uma dessas vestes.
É um manto geralmente branco, longo, que cobre todo o corpo. Lembra a túnica de
Jesus, “sem costura de alto a baixo”, sobre a qual os soldados tiraram sorte,
para ver quem caberia.
3-
Estola: É uma faixa vertical, separada da túnica, a qual desce do
pescoço do padre, com duas pontas na frente. Sua cor varia de acordo com a
liturgia do dia. Existem quatro cores na liturgia: verde, branco, roxo e
vermelho. A estola simboliza o poder sacerdotal.
Os
diáconos utilizam a tiracolo sobre o ombro esquerdo, pendendo-a ao lado
direito.
4-
Cíngulo (cordão): É um cordão que prende a alva ou túnica à altura da
cintura. (A alva é uma veste semelhante à túnica. Usa-se uma ou outra).
Casula: Vai sobre todas as vestes. Cobre todo o corpo. A
cor varia, conforme a liturgia, com a estola. É uma veste solene, ampla que
deve ser usada nas Missas dominicais e dias festivos.
Capa
ou pluvial: capa longa que o
sacerdote usa ao dar a benção do Santíssimo, ou ao conduzi-lo nas procissões, e
ao aspergir a assembléia.
Véu
umeral (ou véu dos ombros):
manto retangular que o sacerdote usa sobre os ombros, ao dar a bênção do
Santíssimo ou transportar o ostensório com o Santíssimo Sacramento.
CORES
LITURGICAS.
Ä O Branco:
simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. É usado nos ofícios e
missas pascal e do Natal; nas festas e memórias da Bem-aventurada Virgem Maria,
dos Santos Anjos, dos Santos não mártires, na festa de Todos os Santos, São
João Batista, São João Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São
Paulo.
Ä O Vermelho:
simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado no domingo da
Paixão (= domingo de Ramos) e na sexta-feira santa; no domingo de Pentecostes,
nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas e
nas celebrações dos Santos mártires.
Ä O Verde:
é a cor da esperança. É usado nos ofícios e missas do tempo comum.
Ä O Roxo:
simboliza a penitência. É usado no tempo do advento nos ofícios e missas pelos
mortos.
Ä O Preto:
é símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos.
Ä O Rosa:
simboliza a alegria. Pode ser usado no III domingo do advento e no IV domingo
da quaresma.
Nota: Quanto ao tempo do advento, hoje há uma
tendência a se usar o violeta, em vez do roxo, para diferencia-lo do tempo
quaresmal (penitência) e acentuar a dimensão de alegre expectativa da vinda do
Senhor. Nas missas pelos defuntos usa-se o roxo ou preto. Mas tem-se usado também
o branco, para sedar ênfase não à dor, mas aa ressurreição.
Fonte: Paróquia Imaculada Conceição
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